Pela felicidade completa, Deives corre pelo título da Liga com o Joinville

Quando defendia o Tubarão, Deives comemorava os gols desenhando um ‘C’ com a mão, sempre em homenagem à esposa Clarissa. Era o destaque da equipe em que a classificação à segunda fase não passava de uma mera pretensão. Foi o desempenho pelo time do sul de Santa Catarina, em 2010, que o fez crescer na quadra.Sairia da equipe para conquistar dois títulos da Liga Futsal seguidos, pelo Santos e Orlândia, e desembarcar em Joinville contente. Novamente em solo catarinense, desde o início da temporada, o gaúcho já se contenta. Está perto dos pais e tem em casa um outro troféu: o filho Davi. Mas o moço nascido em São Leopoldo quer mais.

Ele comunga do mesmo desejo do novo time. Quer o título da Liga Futsal. No ano passado, pelo Orlândia, evitou que o Joinville alcançasse a conquista. Na equipe que outrora era rival busca o terceiro na carreira e a felicidade plena.
Deives comemora primeiro gol pelo Joinville na Liga Futsal (Foto: Manaolo Quiróz/Krona Joinville)

- Eu tinha trabalhado com o (técnico Fernando) Ferreti no Santos, logo depois que saí de Tubarão. Estava no Orlândia quando me fez contato para voltar. Tenho um neném de um ano e eu e minha esposa resolvemos ficar mais próximos da família, sair do interior de São Paulo. O Joinville tem a ambição de ser campeã da Liga Futsal e estou feliz com a mudança. Estamos no começo do trabalho, o Ferretti procura formações e ainda busca quem casa com quem nos jogos. Mas estou feliz, procuro fazer o que havia feito em outros times e meu espaço. Na equipe, todo mundo sonha com o título da Liga. No ano passado bateu na trave e neste ano os atletas estão sedentos. A cobrança é grande pela conquista – conta o autor do gol do triunfo joinvilense na abertura da Liga, o 1 a 0 sobre o Jaraguá do Sul.

O caminho no time ele tenta abrir também com gols. Ainda no começo da temporada, é o vice-artilheiro do Joinville. Nem a fratura na mão esquerda, na final da Taça Brasil, há 10 dias, é empecilho para que persiga a meta pessoal e coletiva. Ela só atrapalha um pouco no trato com o filho Davi. Desde o nascimento do menino, Deives divide as comemorações de tentos também escrevendo a letra ‘D’ com as mãos.

- Tento fazer o ‘C’ e agora também o ‘D’, me divido para dar atenção às duas pessoas da minha família. Mesmo com a fratura na mão, continuo treinando e o pessoal procura não bater para não prejudicar. Estou usando uma proteção no local e quando não estou jogando imediatamente coloco a tala. A tarefa de pai é que está um pouco difícil. Não posso pegar o Davi no colo, fico só brincando com ele – descreve o pivô.
Mas Davi pode ficar tranquilo. Deives espera, sem demora, que a fratura não seja mais um fator adverso, nos jogos e na relação com o filho. Livre dela, espera fazer ‘Ds’ com a mão novamente e muito mais vezes. Artilheiro dos campeonatos catarinense e paulista, em outros anos, respectivamente, também tem a aspiração de alcançar o posto na Liga Futsal. Mas este é um objetivo secundário.

- Tenho dois anos de contrato com o Joinville e pretendo seguir o meu trabalho. Quero ser campeão da Liga outra vez. Pretendo continuar a fazer o que vinha fazendo e a minha meta, com o título nacional, é disputar torneios sul-americanos e mundiais. Individualmente, pretendo fazer o que fazia nos outros times, ajudar da melhor forma possível dentro de quadra, com gols e títulos. Eu procuro sempre fazer bastante gols. Se puder ser artilheiro, vou lutar por isso. Sempre estive em disputa de artilharia e dá sabor novo para cada competição. Mas meu objetivo principal é coletivo – enfatiza.

Com gols e conquistas espera que a estada em Joinville seja memorável. Fora de quadra, não esconde a felicidade pela esposa e o filho, a proximidade com os familiares no Rio Grande do Sul. Os títulos da Liga Futsal dão ainda mais maturidade para o jogador que saiu de Tubarão para despontar no salonismo nacional. Deives Moraes sente-se adaptado à nova cidade e também à exigência de jogar num Joinville, como disse, ‘sedento’ pelo título.

- Tenho 28 anos e amadureci bastante desde quando sai de Tubarão. Foi bom pra caramba jogar pelos times do interior paulista, com jogadores de ponta, e conquistar títulos nacionais. Mas, sobretudo, foi bom para que eu aprendesse a disputar em alto nível. Hoje, quando eu perco uma partida fico muito frustrado, chateado mesmo, e acho isso bom. Disputar e vencer a Liga pelo Santos e por Orlândia melhorou meu currículo e também meu desempenho individual e coletivo.
Fonte: Globo

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